quarta-feira, 16 de maio de 2007

Bolívia paga à Petrobras com grana da Petrobras


Os eflúvios papais produziram em Brasília fenômenos edificantes. No Congresso, os deputados amaram-se e reajustaram-se uns aos outros. Mas foi do Planalto que veio a definitiva demonstração de amor ao próximo. Esbofeteado por Evo Morales –uma, duas, três vezes, Lula ofereceu-lhe a outra face. E o companheiro-índio não teve dúvidas. Enfiou a mão.

Já se sabia que a Bolívia comprou duas refinarias da Petrobras a preço de banana. Banana prata, talvez, mas, ainda assim, banana. Descobre-se agora que o fornecedor das bananas é, veja você, a própria Petrobras.

O repórter Fabio Maisonnave, da Folha (assinantes), informa: o ministro bolviano Carlos Villegas (Hidrocarbonetos) disse que pretende pagar à Petrobras com o dinheiro amealhado a partir do aumento de tributos que o governo dele impôs à Petrobras.

Em maio de 2006, a Bolívia decretou a nacionalização das reservas de petróleo e gás. Rasgou os contratos velhos. A Petrobras viu-se compelida, junto com outras multinacionais, a assinar novos contratos. De cara, o companheiro Evo Morales atochou na estatal brasileira um aumento de tributos de 50% para 82%. Deveria vigorar nos seis primeiros meses de vigência dos novos contratos. Mas...

Mas acontece que, por razões que só a burocracia boliviana pode explicar, o início da vigência dos novos contratos foi postergado a mais não poder. Só entraram em vigor, de fato, agora. E o governo daquela nação amiga decidiu que o aumento de tributos –de 50% para 82%—, criado para durar seis meses, deveria ser estendido até o início efetivo da vigência dos contratos.

Mexe daqui, mexe dali a equipe de Evo Morales concluiu que a Petrobras ainda lhe deve a bagatela de US$ 86 milhões em tributos. A estatal brasileira, como de costume, chiou. Mas, disciplinada como ela só, já pagou uma primeira parcela da encrenca.

Nunca na história desse país um presidente brasileiro amou tanto o boliviano próximo. No passado, índio queria apito. Hoje, prefere marionete. É mais divertido. E pode ser extremamente lucrativo.
.
FOLHA

Nenhum comentário:


Os eflúvios papais produziram em Brasília fenômenos edificantes. No Congresso, os deputados amaram-se e reajustaram-se uns aos outros. Mas foi do Planalto que veio a definitiva demonstração de amor ao próximo. Esbofeteado por Evo Morales –uma, duas, três vezes, Lula ofereceu-lhe a outra face. E o companheiro-índio não teve dúvidas. Enfiou a mão.

Já se sabia que a Bolívia comprou duas refinarias da Petrobras a preço de banana. Banana prata, talvez, mas, ainda assim, banana. Descobre-se agora que o fornecedor das bananas é, veja você, a própria Petrobras.

O repórter Fabio Maisonnave, da Folha (assinantes), informa: o ministro bolviano Carlos Villegas (Hidrocarbonetos) disse que pretende pagar à Petrobras com o dinheiro amealhado a partir do aumento de tributos que o governo dele impôs à Petrobras.

Em maio de 2006, a Bolívia decretou a nacionalização das reservas de petróleo e gás. Rasgou os contratos velhos. A Petrobras viu-se compelida, junto com outras multinacionais, a assinar novos contratos. De cara, o companheiro Evo Morales atochou na estatal brasileira um aumento de tributos de 50% para 82%. Deveria vigorar nos seis primeiros meses de vigência dos novos contratos. Mas...

Mas acontece que, por razões que só a burocracia boliviana pode explicar, o início da vigência dos novos contratos foi postergado a mais não poder. Só entraram em vigor, de fato, agora. E o governo daquela nação amiga decidiu que o aumento de tributos –de 50% para 82%—, criado para durar seis meses, deveria ser estendido até o início efetivo da vigência dos contratos.

Mexe daqui, mexe dali a equipe de Evo Morales concluiu que a Petrobras ainda lhe deve a bagatela de US$ 86 milhões em tributos. A estatal brasileira, como de costume, chiou. Mas, disciplinada como ela só, já pagou uma primeira parcela da encrenca.

Nunca na história desse país um presidente brasileiro amou tanto o boliviano próximo. No passado, índio queria apito. Hoje, prefere marionete. É mais divertido. E pode ser extremamente lucrativo.
.
FOLHA
Postado por Igor Viana Marcadores:

0 comentários: